A alfabetização na Escola Miguel Arcanjo acontece de forma muito significativa. As letras não são meros códigos da língua: são peças importantes para que a criança adquira a liberdade de construir seu conhecimento, a partir do que lê e do que escreve.
É um divisor importante na vida de uma pessoa: num momento tudo é imagem. E então, como mágica, símbolos combinados começam a fazer sentido e tornam-se conceitos carregados de emoções. Alfabetizar é como descortinar uma janela para um novo mundo, como explica a professora Aísha Kaderrah:
"As letras são apresentadas para a criança através de uma história que vai sendo contada: as vogais surgem em gestos (ligados às qualidades dos sentimentos) de amigos ou anjos que aparecem, como a Amiga Anabela, que adora abraçar; já as consoantes vêm através de objetos concretos, como a montanha maravilhosa que traz o M em seu contorno. Não se espera que a criança tenha o domínio da escrita e da leitura já no primeiro ano, mas sim, ao final do terceiro ano. O importante é criar vínculo com cada letra, ir explorando cada uma aos poucos, e conseguir ir formando palavras pequenas, maiores, frases, e então chegar na leitura, que é exterior à criança. Esse processo é feito com calma e muita fantasia, respeitando o momento de vida em que a criança se encontra.
Algumas crianças conseguem ler rapidamente, outras demoram um pouco mais, mas tudo faz parte do processo pedagógico. A mais rápida aprende a esperar o colega e ajudá-lo, além de ir aprendendo outras coisas, e a criança que leva um tempo maior aprende a respeitar seu ritmo, a ter desejo de aprender, mas não pressa. Esses aprendizados, aliás, são tão importantes quanto o aprendizado da leitura e da escrita."
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