Evelyn Scheven
 Precisamente meio ano antes do evento do Natal, nasce num certo país, uma criança cujos pais já eram muito velhos.
Precisamente meio ano antes do evento do Natal, nasce num certo país, uma criança cujos pais já eram muito velhos.
Conta-se que os clarividentes da época, pouco tempo após o nascimento, observaram que se tratava de uma criança muito especial e que, como que por heredietariedade, trazia consigo toda a experiência de seus velhos pais.
Por ser sacerdote, seu pai dava-lhe uma educação muito rígida e cheia de sabedoria, o que fazia refletir a sua própria maneira de agir: conta-se que, entre muitas outras coisas, era um ser pensativo, melancólico, que brincava pouco e que tinha uma inteligência bem acima da média de sua idade, aos dez anos, já participava das discussões e debates dos sacerdotes. Esta criança se chamava João e nasceu no dia 24 de junho.
Em 24 de dezembro daquele mesmo ano, nasce uma outra criança cujos pais eram muito simples (seu pai era marceneiro). Conta-se que, ao contrário da primeira, esta criança teve uma educação muito simples e que era muito criativa e gostava muito de brincar. Sua educação nada tinha do conteúdo iniciático dos sacerdotes.
Estas duas crianças, durante sua infância, mantiveram muito contato entre si. Cresceram juntas e uma delas seguiu a profissão do pai, mas logo se revela a vontade de ajudar o próximo, de entendê-lo, desperta-se-lhe a criatividade de querer transformar o mundo.
A outra consolida cada vez mais as suas características da infância e, ao tornar-se adulta, afasta-se da sociedade para pensar e meditar. Retirando-se para o deserto, concentra-se em si mesma com o objetivo de entender em que ponto chegou a humanidade no seu caminho evolutivo. Percebe então que, na sua caminhada, a humanidade alcança um “beco sem saída”. Na meditação adquire a profunda consciência do mundo de sua época.
Ele não procura as pessoas, elas é que vinham a ele para serem batizadas e dele receberem ensinamentos. Orientava as pessoas para que mudassem o sentido de suas vidas, já que a velha maneira de viver e pensar não mais levaria a humanidade ao futuro.
Sua consciência em compreender o passado era também capaz de olhar o futuro e de perceber no seu companheiro de infância não só um homem com consciência, mas também com uma criativa força de transformação.
Assim João, a última e mais digna criatura da velha humanidade, que se dizia descendente de Adão, reconhece o primeiro homem do novo mundo e que este também podia falar de si, que nasceu de Deus.
João, conscientemente une no Batismo do Rio Jordão o velho ao novo mundo. Pouco tempo depois vai para o sacrifício do monte onde é condenado e decapitado por Herodes.
Assim, como o 24 de dezembro e o 24 de junho se encontram em polaridade no transcorrer do ano, estas duas criaturas Jesus e João encontram-se em polaridade na história da humanidade. Um reúne em si a força criativa da luz do Sol; o outro tem através da consciência, a força reflexiva da Lua.
Quando o homem moderno inicia o ano, em 24 de dezembro, e, no decorrer deste passando pela Páscoa e Pentecostes, chega a 24 de junho, aniversário de João Batista, é levado a compreender neste polaridade com o Natal, com toda a sua consciência, o acontecimento de Cristo. Como sinal do despertar dessa consciência, podemos entender o acender de fogueiras na escuridão da noite de aniversário de João Batista.
 
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